O tema central: Pesquisa, inovação e tecnologia em medicina
O Congresso deste ano trouxe o tema “Pesquisa, Inovação e Tecnologia em Medicina”, refletindo sobre os desafios contemporâneos da saúde mental, especialmente em um cenário em que o avanço tecnológico transforma a forma como nos relacionamos, trabalhamos e cuidamos da mente.
As discussões reforçaram a importância de integrar a inovação à prática clínica sem perder de vista o essencial: o cuidado humano, ético e baseado em evidências.
Vício em apostas online e saúde mental no ambiente de trabalho
Um dos destaques da programação foi o debate sobre dois problemas que têm ganhado proporções alarmantes no Brasil: o vício em apostas online (as chamadas bets) e o adoecimento mental no ambiente de trabalho.
No simpósio do Departamento de Psicoterapia, o Dr. Carlos Salgado apresentou estratégias de tratamento para o vício em apostas, ressaltando que o aumento da disponibilidade dessas plataformas “tem atropelado qualquer expectativa otimista de prevenção”. O especialista destacou que a compulsão por jogar já desafia as habilidades clínicas e preventivas dos profissionais, exigindo novas abordagens terapêuticas e políticas públicas mais assertivas.
Já na mesa-redonda “Saúde mental no trabalho: desafios, estigma e inclusão”, a Dra. Renata Figueiredo, presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília, abordou as consequências do estigma no ambiente profissional.
De acordo com ela, indivíduos com transtornos mentais graves enfrentam taxas de desemprego que chegam a 80% a 90%, além de discriminação sutil e explícita, críticas excessivas e exclusão social.
O debate enfatizou que combater o estigma e promover ambientes de trabalho saudáveis requer não apenas empatia individual, mas também mudanças estruturais nas organizações, com políticas de inclusão e suporte emocional contínuo.
Esses dois temas convergem em um ponto essencial: o impacto das novas dinâmicas sociais e tecnológicas sobre o comportamento humano, reforçando a urgência de estratégias interdisciplinares para prevenir e tratar os transtornos mentais que emergem desta realidade.
Dra. Ivete Santos na mesa “Psiquiatria e literatura”
Outro destaque para a equipe Apice foi a participação da Dra. Ivete Santos na mesa-redonda “Psiquiatria e Literatura”, onde apresentou uma reflexão sobre o clássico “Último dia de um condenado à morte”, de Victor Hugo.
Em sua fala, Dra. Ivete propôs um diálogo sensível entre arte, ética e psiquiatria, mostrando como a literatura pode iluminar aspectos profundos da condição humana e inspirar práticas de cuidado mais empáticas e integradas.
Inovar com responsabilidade, sempre
Estar presente em espaços de troca como o CBP reafirma o compromisso da Apice em olhar para o cuidado de forma integral — onde ciência e responsabilidade caminham juntas.
Cada congresso, cada mesa-redonda e cada encontro são oportunidades de fortalecer o que acreditamos: que a inovação só tem sentido quando está a serviço do cuidado humano.Porque, no fim, a gente sempre pode aprender mais. 💙
